Quando uma oferta de
trabalho parece demasiado boa para ser verdade é porque, provavelmente, é
mentira, alerta a APAV, que hoje lança uma campanha para prevenir que quem
procura trabalho não se torne numa vítima do tráfico de pessoas.
O número de vítimas de
tráfico de seres humanos sinalizadas em Portugal triplicou no espaço de um ano,
tendo sido identificadas em 2013, 299 casos, contra os 81 registados no ano
anterior, revelam dados do Relatório Anual do Observatório do Tráfico de Seres
Humanos.
Destas, 198 eram
relativas à exploração laboral, na sua larga maioria (185) em explorações na
agricultura. Os casos foram registados sobretudo na região do Alentejo e na sua
maioria envolviam homens estrangeiros, naturais de países como a Roménia.
Foram ainda registadas
31 situações de portugueses recrutados e explorados em Portugal.
Fonte da APAV explicou
que atualmente ainda há muita gente que acha “que o tráfico só acontece com
pessoas oriundas de países subdesenvolvidos e com crises humanitárias”.
“Tem havido muitas
situações de cidadãos europeus, com habilitações académicas e formação
profissional, que são sujeitos a exploração laboral”, sublinhou, adiantando que
a campanha tem também uma vertente de sensibilização dos empregadores para os
riscos poderem ter empregados que estão a ser explorados.
O tráfico é uma
realidade muito dinâmica, praticado por organizações que mudam muito
rapidamente o modo de atuação.
É importante que os
candidatos a um emprego se informem e questionem quando respondem a um anúncio.
Infelizmente as
pessoas são levadas por anúncios que são bons demais para ser verdade.